quarta-feira, 9 de abril de 2008

Giruá: União no combate aos focos do mosquito Aedes Aegypti

População do norte do Rio grande do Sul teme temperaturas elevadas; estão na luta contra o mosquito transmissor do vírus da Dengue.
O ano de 2008 promete ser melhor na cidade de Giruá. No mês de janeiro de 2008, a secretaria conta com oito agente mais coordenador da equipe, sendo que um destes está em férias; nesta época o grau de infestação pelo mosquito transmissor em relação ao mês de dezembro está a abaixo de 1% o que é considerado satisfatório para quem estava com uma epidemia no ano de 2007. Neste mês de janeiro estão sendo trabalhados pelos agentes municipais mais de 2200 imóveis, além disso já foram desenvolvidas atividades de eliminação de criadouros em potencial com a coleta de mais mil pneus e também foram feitas visitas com eliminação de criadouros nos pontos estratégicos-onde as condições são propicias a criação do inseto. Esses pontos serão visitados ao longo do ano de quinze em quinze dias.
O município de Giruá, localizado no Norte do Rio grande do Sul, teve méritos não agradáveis de ser o primeiro do estado a registrar e confirmar casos de dengue no ano de 2007. A pequena cidade decretou estado de emergência sanitária e epidemia, no início do mês de abril de 2007; neste período foram 274 casos notificados de dengue e destes foram confirmados 215 pessoas. A secretaria de saúde contava com apenas 4 agentes contratados e 2 esporádicos; após decreto recebeu o auxilio de aproximadamente 50 agentes da FUNASA- Fundação Nacional de Saúde, entre outros órgãos de saúde. O Secretario de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, Osmar Gasparini Terra, acompanhou pessoalmente as etapas do trabalho. O ministério da saúde enviou 250 litros de inseticidas para auxílio ao combate às larvas. O poder executivo e o povo giruaense uniram-se, para combater o Aedes Aegypti; e o caso foi amenizado com sucesso. Prefeitura de Giruá contratou no mês de agosto de 2007 dez novos agentes, somando 15; que trabalham no combate ao mosquito transmissor. Após serem contratados através de seleção pública, eles receberam capacitação por meio de profissionais. Os giruaenses trabalham principalmente em prol da eliminação de possíveis criadouros da larva do mosquito; também na orientação da população para evitar o acúmulo de água e prevenir a proliferação.

-O trabalho de visita as casa pelos agentes é feito trimestralmente, dependendo muito da temperatura. A sociedade tem boa receptividade, porém há uma falta de conscientização da população, pensando que isto é serviço exclusivo dos agentes- queixa-se Eli Francisco da Silva, Agente de saúde da Vigilância Sanitária de Giruá. Paulo Sackis, coordenador da vigilância Sanitária, 14º Coordenadoria Regional de Saúde, forneceu alguns dados sobre o município de Giruá, que faz parte da Região do Grande Santa Rosa. “A 14º CRS realizou um comparativo de índices de infestação de abril 2007 e Julho2007 das regiões que a coordenadoria abrange sendo formada por 21 municípios, e dentre eles Giruá; em abril a cidade constava com 8,19% de infestação, percentual altíssimo em relação ao número de habitantes, que chega a 18 mil; com o trabalho esforçado da população e a queda de temperatura em julho chegou a 3,14%”, destaca coordenador. “A maior preocupação é que a cada ano o número de focos do transmissor da dengue aumenta; em 2006 ocorreram 310 focos no ano e o índice de infestação foram 0,83; já em 2007 em média de 500 focos já foram registrados de janeiro a maio”, ressalta Sackis. Instituições educacionais tanto públicas como privada da cidade e de regiões mais próximas colocaram em andamento no ano de 2007 projetos, com finalidade de alertar e informar pais e alunos. Estão também engajados neste trabalho, todas as secretarias do município; (obras, agricultura, meio ambiente, ação social, gabinete do prefeito, apoio dos clubes de serviços, e instituições religiosas, recentemente uma rede de supermercados entrou na parceria, distribuindo sacolas de tecido em substituição as plásticas, apoio da mídia - falada e impressa). O prefeito Dari Paulo Prestes Taborda, menciona que é “fundamental comunidade fazer a sua parte, pois disponibilizam de profissionais para combater a proliferação do mosquito, tentando evitar uma nova epidemia em Giruá”.

- A nossa rede de ensino abraçou a causa de uma maneira fantástica, e isto nos faz crer que neste período de verão talvez não tenhamos de volta a epidemia. É feita a distribuição de folderes em todos os pontos comerciais da cidade -, vibra Valdemar Fonseca, secretário de Saúde de Giruá.
O período de chuvas rápidas e temperaturas altas do mês de setembro e outubro preocuparam os profissionais da área, pois com o acúmulo de água em qualquer localidade pode resultar em novas larvas e possível manifestação do inseto, (cemitérios, borracharia, ferros velhos, oficinas, transportadoras, rodoviária e outros), pontos rigorosamente observados, podendo ser os mais propensos a criação, devido ao fluxo de materiais, veículos de outras regiões do estado ou países e visitantes podendo trazer insetos ou ovos contaminados.
A Secretaria de Saúde informou que já foram encontrados em diversos pontos da cidade novas larvas do Aedes Aegypti. O Secretário de Saúde dá ênfase na informação: “em dois meses de inverno, ficamos sem focos do mosquito, mas com a chegada da primavera e o verão, o clima com temperaturas elevadas favorece muito a proliferação deste inseto”. Há hipóteses de ocorrer uma nova epidemia na região, em decorrência de resíduos parados e alta temperatura. A secretaria de saúde diz-se preparada em termos de profissionais, equipamentos e suportes da secretaria estadual com veículos e inseticida. - O que nos preocupa é a questão ao apoio hospitalar, caso seja muito grave, a rede hospitalar não esta preparada suficientemente para uma demanda fora do normal, pois a epidemia ela é extremamente rápida de um dia para outro dependendo da intensidade podem ser dezenas de internações – lamenta Valdemar. A 14º CRS está realizando trabalhos contraceptivos nas regiões próximas ao município giruaense, sendo eles: levantamento de Índice e tratamento LI +T em municípios que tenham apresentado índices inferiores a 1% de infestação nos últimos trabalhos, tratamento e posterior levantamento de índice amostral (T e LIA) em municípios com infestação acima de 1%, mutirões de limpeza, ações educativas, contratação de agentes municipais em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado-SES e Ministério da Saúde - MS em busca de larvas. Outras cidades e municípios mantêm meios de prevenção, conscientização e trabalho forçado através de auxílio, para evitar novos casos. -Passo Fundo lançou recentemente um projeto de Agentes comunitários, mesmo não tendo suspeitas do mosquito Aedes Aegypti, estão mobilizando; precavendo-se, pois regiões próximas já contêm suspeitas, podendo assim se deslocar-, ressalta secretário da saúde de Giruá .
A dengue é um dos principais problemas epidemiológicos de saúde pública no mundo. O Rio Grande do Sul no ano de 2007 é onde foi registrado maiores índices de infestação em relação aos outros estados. São aproximadamente 59 municípios com grande percentual de infestação, segundo a Coordenadoria Regional da Saúde. Origens, sintomas e tempo A dengue é transmitida pelo Aedes aegypti, inseto transmissor da dengue. O vírus instala-se no tecido que envolve os vasos sangüíneos. Com isto a circulação fica mais lenta deixando o sangue mais espesso podendo coagular dentro dos vasos provocando tombos (entupimentos). Deve ser feito o tratamento específico, ao contrário o sangue deixa de circular, os órgãos ficam prejudicados e podem parar de funcionar, levando à morte. O mosquito transmite a doença a partir do 30º dia de vida, tendo um ciclo total de 45 dias. Uma vez contaminado, o homem demora entre 2 e 15 dias para sentir os sintomas da doença. Após picar um homem, só depois de oito dias o Aedes consegue contaminar outro homem.

Cuidados a serem tomados: • substituir a água dos vasos das plantas por terra e esvaziar o prato coletor, lavando-o; • não deixar acumular água nas calhas do telhado; • não deixar expostos à chuva pneus velhos ou objetos (latas, garrafas, cacos de vidro) que possam acumular água; • acondicionar o lixo domiciliar em sacos plásticos fechados ou latões com tampa; • tampar cuidadosamente caixas d'água, filtros, barris, tambores, cisternas etc. A dengue pode ser confundida com várias outras doenças, como leptospirose, sarampo e rubéola, por ter os mesmos sintomas como febre (99% dos infectados têm febre, que dura cerca de sete dias), prostração, dor de cabeça e dores musculares generalizadas, manchas na pele. Somente um médico consegue, por exames em laboratório, definir a doença e tratá-la corretamente. Os primeiros registros de dengue no mundo foram feitos no fim do século XVIII, no Sudoeste Asiático, em Java, e nos Estados Unidos, na Filadélfia. Mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) só a reconheceu como doença neste século.

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